Nós analistas de malware sempre nos deparamos com computadores de usuários com dois antivírus, três antispyware, programas de monitoramento dos mais variados tipos, etc. São usuários crentes que, quanto mais protegerem seus computadores, menos eles serão infectados.

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É preciso considerar o “atrito” entre as medidas de prevenção utilizadas.

Da mesma forma, não é difícil encontrar pessoas que usam duas ou três camisinhas de uma vez, achando que o risco de contrair AIDS ou outra doença sexualmente transmissível (DST) diminui com o aumento do número de camisinhas usadas.

Será que estão certas? Estão protegidas? E o que tem haver antivírus com camisinha?

Para respondermos essas perguntas, primeiro temos que entender dois conceitos: proteção e prevenção. O primeiro é algo que fornece algum tipo de abrigo contra alguma coisa de ruim e/ou perigoso. Já o segundo é uma medida tomada para evitar algum tipo de perigo e/ou desastre, por exemplo.

A principal diferença entre essas duas palavras é que você se protege é de algo que está acontecendo, ao passo que, quando você se previne, é de algo que possa vir acontecer.

Com base nessas duas definições, percebemos que a mais adequada para descrever a tarefa da camisinha e do antivírus é, para ambos, a prevenção.

Por essa lógica, se usar mais camisinhas – ou mais antivírus – vou estar muito mais prevenido, certo? Não mesmo!

Se usar duas camisinhas ou mais, essas camisinhas irão se atritar uma na outra, rasgando todo o conjunto. Da mesma forma, se usar, em nossos computadores, dois ou mais antivírus, eles se atritam. Como assim? Claro que não como as camisinhas, mas de outra forma, numa espécie de deixa-que-eu-deixo – o que chamamos de incompatibilidade. O que nos leva a conclusão que nos dois casos citados, tanto o sistema imunológico quanto o sistema operacional ficarão expostos, mais vulneráveis do que se apenas uma camisinha ou um antivírus fosse usado.

Ainda tem o problema com os falsos positivos (alarmes falsos), que podem dobrar no caso de uso de múltiplos produtos com a mesma tarefa.

E onde entraria o firewall, por exemplo, nessa história? Seria como a pílula anticoncepcional. Por operar de forma diferente, ela pode ter um efeito conjunto sem “atritar” com os outros meios de prevenção.

A todo o momento somos vítimas das propagandas de produtos de prevenção como forma de proteção. De fato, podemos notar que as pessoas são levadas em adquirir tais produtos de forma indiscriminada como uma medida desesperada de ficarem, ou se sentirem, seguras. Mas isso só causa uma falsa impressão de que estão protegidos e seguros. Infelizmente isso é uma medida paliativa não precisando esperar muito tempo para ver que o resultado final é fatal.

Cuidado com medidas de última hora, o não uso da camisinha é tão drástico quanto usar duas de uma vez. E claro, um computador com mais de um antivírus, está tão vulnerável com sem o uso deles. Portando, é preciso começar a pensar de outra forma, uma forma mais consciente e menos qualitativa, visando não a perfeição, mas a eficiência, e antes de procuramos os meios de proteção temos que tomar conhecimento das melhores práticas de prevenção.

Escrito por dmoicano

9 comentários

  1. Eduardo Xavier 15/09/2010 às 17:34

    Parabéns ae Moicano

    Excelente matéria pois é uma dúvida que ocorre frequentemente com a maioria dos usuários e que agora pensará duas vezes antes de tentar proteger os dados do computador com vários antivírus funcionando ao mesmo tempo.

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  2. No meu caso, 628 Mb de memória foi insuficiente para rodar um anti-virus, então, com dois, ficaria inútil.

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  3. Excelente artigo. Bastante esclarecedor! Gostei e recomendarei a leitura.

    Abraços.

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  4. muito bom o artigo só uma pergunta,no caso de um antivirus por assinatura e outro por comportamento ia tudo tranquilo?

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  5. Parabéns meu amigo, gostei e fiquei bem esclarecido sobre o assunto, tenho um antivirus, apesar nem sei se posso chamar assim, que quando desligo o computador ele apaga todos as alterações ocorridas nesta utilização.Ele é bom??Você recomenda outra que seria grátis??
    Desejo-lhe muito mais sucesso,..

    Luciano

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  6. Muito bom, atualmente utilizo apenas um antivirus e quando desconfio de algo rodo o Malwarebytes..

    Abraços!

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  7. diego_moicano 20/09/2010 às 11:48

    @carlinhos

    Obrigado!

    Hoje a maioria dos antivírus utilizam desses dois métodos, assim sempre teremos um conflito entre eles.

    @Luciano

    Fala meu amigo… obrigado!

    “que quando desligo o computador ele apaga todos as alterações ocorridas nesta utilização” Como assim?

    Veja este link: http://www.av-comparatives.org/

    Abraços

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  8. Muito bom o artigo.

    No caso do @Luciano, deve ser um programa tipo Deep Freezy, que “congela” as configurações e arquivos do computador e restaura em cada boot, isso é muito usado em Lan Houses, mas deve ser incomodo em micros de usuários.

    O uso de dois antivirus é um tiro no pé, pois os dois além de fazerem o mesmo trabalho, acabam reconhecendo as ações do outro com uma atitude suspeita, sem falar da quarentena, onde os arquivos salvos por um é reconhecido como virus pelo outro. Antivirus são programas relativamente pesados e pode tornar a máquina lenta.

    O ideal, na minha opinião é manter dois tipos de proteção. Um bom antivirus sempre monitorando e um programa anti-spyware para passar de vez em quando.

    Lauro Faria
    http://www.bdibbs.com.br

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  9. Excelente artigo Diego

    Realmente, é melhor prevenir do que remediar.

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