As mensagens preconceituosas contra nordestinos que inundaram o Twitter na segunda-feira (1º), após as eleições, não devem permanecer impunes, segundo o a Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB/PE). A OAB/PE pedirá ao Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo que inicie um processo contra os usuários que postaram as mensagens ofensivas no serviço de microblog.
O “tumulto” começou quando alguns usuários de Twitter afirmaram ser “culpa” de eleitores do norte e do nordeste a vitória de Dilma Rousseff (PT) para a presidência da República – um fato que não é verdadeiro. Uma estudante de Direito postou um tweet dizendo “”Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”. Ela cancelou a conta com a repercussão, com vários outros usuários denunciando o preconceito.
“São mensagens absolutamente preconceituosas. Além disso, é inadmissível que uma estudante de Direito tenha atitudes contrárias à função social da sua profissão. Como alguém com esse comportamento vai se tornar um profissional que precisa defender a Justiça e os direitos humanos?”, afirmou Henrique Mariano, presidente da OAB/PE, segundo o Diário do Nordeste.
O site Xenofobia Não foi criado para registrar as diversas mensagens de preconceito que, mais tarde, também partiriam dos nordestinos contra os “sulistas”. A hashtag #orgulhodesernordestino foi usada para marcar mensagens de preconceito e também a de alguns usuários que o denunciavam e chegou a figurar nos Trending Topics.
Segundo a OAB/PE, a estudante que postou a mensagem mais grave no Twitter pode ser indiciada pelos crimes de racismo (com pena de dois a cinco anos de prisão e multa) e de incitação pública de prática de crime (com detenção de três a seis meses ou multa).
Outros usuários que postaram mensagens preconceituosas também devem ser responsabilizados, mas Mariano não quer que o MPF aguarde a identificação de todos os usuários para começar a agir.