Eugene Kaspersky disse temer o crescimento de códigos maliciosos em uma entrevista na CeBIT, concedida na última sexta-feira (16/03), ao site heise Security. “Se o crescimento de malwares continuar neste ritmo, chegará um ponto em que nossa indústria inteira poderá não conseguir deter a corrente”, disse Kaspersky, que é diretor de pesquisas antivírus e CTO da empresa russa Kaspersky Labs, fundada por ele. “Eu gostaria de ver um tipo de Interpol da Internet. Até mesmo o melhor software de segurança, por si só, logo não será mais suficiente”, acrescentou.

Kaspersky explica que é necessário cooperação porque os programadores de malware não respeitam fronteiras. Criminosos digitais da Rússia atacam bancos ingleses e brasileiros usam sites de internautas espanhóis, enquanto a polícia só pode operar dentro das fronteiras nacionais. Os programadores de vírus são também numerosos e operam de forma independente.

O especialista se preocupa com programas de inclusão digital em países em desenvolvimento. De acordo com ele, fazer dinheiro utilizando o crime digital pode parecer uma opção muito boa nos países mais pobres. Kaspersky tem esta posição desde a publicação de seu artigo Changes in the antivirus industry, de junho de 2006, quando falou da “contínua criminalização da Internet” e defendeu seu ponto de vista afirmando que a maioria das pragas digitais tem origem na China, na América Latina, na Rússia e no Oriente Médio — todos territórios em desenvolvimento.

A empresa russa pede cooperação da polícia desde fevereiro. Na ocasião, Natalya Kaspersky, CEO da empresa, admitiu que será muito difícil proteger os internautas de forma adequada sem a cooperação da polícia. “Nós não temos as soluções. Nós achávamos que era possível fazer um antivírus que seria uma proteção adequada. Mas este tempo se foi”, disse.

Escrito por Altieres Rohr

Editor da Linha Defensiva.

1 comentário

  1. Gustavo Araujo 20/03/2007 às 15:27

    Talvez a única saída para os detetives digitais, seja que se tornem hackers tambem. Se tornando iguais a eles, usando as mesmas armas e defesas, talvez possam brigar de igual para igual, sendo hacker contra anti-hacker, e aí sim é que se pode fazer algo com mais eficácia.

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